Era uma vez ... estavam D. Dinis e sua mulher, a Rainha Santa Isabel, a estanciar em Monte Real, o que faziam sempre que era possível.Certo dia, foi o Rei galopar, campos fora, levando consigo um pagem que tinha inveja de um outro pajem que era muito valoroso e estimado.
Num abrandamento da corrida que fizeram o moço fidalgo invejoso disse ao rei que o outro pajem estava apaixonado pela Rainha.
O Rei Lavrador acreditou na palavra do seu acompanhante e vendo, donde estavam, um forno de cozer cal a arder com enormes labaredas, imediatamente combinou com o forneiro de que, no dia seguinte, um pajem o iria procurar e lhe diria que ia para cumprir as ordens do seu Rei e Senhor.
Logo que tais palavras dissesse o deitasse ao forno, pois que assim convinha ao seu serviço.
Mas ... como o nosso bom povo diz: "o homem põe e Deus dispõe."
O Rei mandou o pajem, vítima inocente da intriga do colega invejoso, ir ter com o forneiro.
Este pajem, porém, que além, de destemido e considerado, era um homem justo e temente a Deus, ao passar por uma capelinha onde se dizia missa entrou e cumpriu os preceitos de bom religioso. E ali se demorou um bom pedaço.
O pajem invejoso, ansiando por saber se as ordens do Rei já estavam cumpridas tão fielmente como haviam sido dadas, não teve mão na sua maldade e meteu a galope em direcção ao forno para saber se as ordens do Rei seu Senhor, estavam cumpridas.
Palavras não eram ditas e o forneiro e os seus ajudantes agarraram no pajem invejoso e ... forno com ele.
E assim morreu queimado um invejoso e intriguista.
(in Anais do Município de Leiria, João Cabral)
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