Ermida de Santo André
Ignora-se a localização exacta desta Ermida, mas deduz-se que ficaria na margem direita do Rio Lis, em zona alagadiça e muito sujeita a cheias do rio. Tinha como anexos o hospital e a gafaria de Santo André.
Ao tratar das procissões que se faziam em Leiria, diz-se que saiam da Sé nos três dias das Ladainhas dirigia-se a primeira a Santo André e, apenas por impedimento do tempo, seria a de Santiago, o que indica a necessidade de atravessar o Rio.
Diz-se que o Hospital tinha um altar na parte do Rocio, nome que então se dava a toda a margem direita do Rio Liz.
O Hospital era o morgadio e talvez por isso escapou à anexação em 1614. De pouca importância seria, pois tinha apenas uma cama e outras miudezas com renda particular. Mais importante seria a Gafaria, de que se ignora a data da fundação. A Rainha Santa, no seu primeiro testamento em 1314, deixou 100 libras aos gafos de Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra e Òbidos. No testamento de 1327, aquela importância foi aumentada para 200 libras. O quase total desaparecimento da lepra determinou diferente a aplicação das rendas, distribuída uma parte aos religiosos do vizinho Convento de S. Francisco onde se pratica também assistência, foi destinada outra parte para o dote de orfãs e outras esmolas. Esta distribuição fazia-se como o assentimento dos prelados, pois não podiam os administradores dispendê-las em outra coisa.
Mais tarde, e por determinação dos prelados, passaram os rendimentos da Gafaria para a criação de enjeitados. Quando o estabelicimento foi anexado ao Hospital da Misericórdia, as rendas continuaram a ter a mesma aplicação. Diz-se que a Ermida de Santo André foi destruida pelas enchentes, tendo as suas imagens passado para a Igreja de Santiago.
Basílio Artur Pereira
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