A Torre Sineira


 A Torre Sineira

A Torre Sineira foi construida a meio caminho da Sé e o Castelo. Um manuscrito da Biblioteca Nacional explica a sua situação naquele local pela necessidade de ser ouvida no Arrabalde, onde ao tempo se fazia maior habitação, sendo obra do séc. XVIII, do Bispo D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa, que nela deixou as suas armas.
Para a sua construção foi aproveitado um dos antigos baluartes da cerca da vila, que tinha anexa uma porta alargada e transformada em arco. Sobre este foi construída a habitação do sineiro que assim domina toda a cidade.
A Torre é uma bela construção, elegante e perfeitamente proporcionada, não obstante dizer-se ter sido construída a título provisório, coisa que não acreditamos... Da secção quadrada, com dois sinos em cada face e rematada por uma alta pirâmede ladeada por quatro fachos. Sobrepondo a pirâmide, um enorme anjo metálico que serve de cata-vento. Um dos sinos foi mandado fundir nas oficinas de João Craveiro pelo Bispo D. Manuel Aguiar. Assim fez quebrar os sinos velhos por serem de afinação deficiente. O sino maior, virado para a cidade, tem sobre uma cruz a imgem de Nossa Senhora da Conceição.
Em tempos, no rés-do-chão da Torre Sineira, existiu uma prisão e a ela encostada era a esquadra da polícia.
Também por esse tempo o sino grande, com o seu badalar, anunciava os incêndios e outros sinistros ocasionados na cidade e fora de portas. Os acontecimentos eram localizados de acordo com o número de badaladas.
Conheci os velhos sineiros, depois a sua filha, a menina Encarnação, mais conhecida no burgo por Mariquinhas, que continuou a obrigação de seus velhos pais. Assim punha em movimento os sinos que, com o seu badalar, anunciava os dias festivos em nossa cidade. Também o anunciar dos casamentos e baptizados e o sinal a chamar às 6 horas da manhã os fiéis para a missa, pela noite o toque das Avé Marias chamando os fiéis ao recolhimento. Assim lembramos a Mariquinhas. Que pena ter acabado essa secular tradição...
È de lamentar ver actualmente ervas daninhas e arbustos infiltrados naquelas seculares pedras. Chamamos a atenção dos responsáveis, poisque a Torre Sineira merece melhores cuidados...

Basílio Artur Pereira

Igrejas de Leiria

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