A colonização romana da Península Hispânica é anterior ao ano 83 a.c., quando Mário, nomeia Sertório pró-pretor da Espanha Citerior.
Caído em desgraça, no tempo do ditador Sila, Sertório foge para África, até que os Lusitanos o convidam para os comandar na luta contra Roma. Organiza então e disciplina os Lusitanos à maneira romana, começando por obter vitórias que amedrontam o Senado romano e lhe merece ser considerado "inimigo público".
Sertório cresce em popularidade e prestígio e consegue deter o exército de Metelo Pompeu.
Veio finalmente a ser morto, à traição, por Perpena, seu lugar-tenente, durante um banquete. Sem chefe, os Lusitanos foram subjugados por Pompeu, que mandou matar Perpena.
A paz completa da Península consegue-se depois das campanhas de
César, terminadas em 45 a.c..
Plínio, na sua "Naturalis História" refere a cidade de COLIPO entre as cidades da Lusitânia e, pela forma como enumera povos, rios e cidades, podemos concluir que Colipo ficava a sul de Aeminium (Aveiro) e de Conímbriga (Coimbra).
Os colonizadores romanos, na exploração do minério e da agricultura destas regiões, construíram várias "villas", ou centros residênciais, ou mesmo só casas senhoriais, das quais Colipo chegou a ser centro de grande importância, quer militar, quer administrativa.
Esta importância advém-lhe não só da rica região circundante, mas também da proximidade do porto natural de mar, hoje chamado Paredes.
Podemos imaginar assim o grande tráfego na via romana entre Colipo-Maceira-Pataias e Paredes, quer no sentido de Colipo-Roma, quer no sentido desta para Colipo.
Pelos documentos conhecidos, quase todos monumentos funerários, é opinião mais seguida que a cidade de COLIPO se situaria na actual QUINTA DE S. SEBASTIÃO DO FREIXO, a 7,5 kms. da actual cidade de Leiria, na maior elevação da zona, no actual lugar de Andreus, exactamente onde termina a freguesia da Barreira, concelho de Leiria, e começa a freguesia e concelho da Batalha. No topo da elevação, entre buracos de escavações abandonadas, ergue-se o marco geodésico, a 243 ms. de altitude.
D. Domingos de Pinho Brandão, em conferência referida no n.° 2838, de 1/6/72, de "0 Mensageiro", a pág. 5, diz: "Cremos bem que há dois mil anos ou pouco menos, a palavra Colipo servia para designar a vasta região, chama-se, ou pode chamar-se "Coliponense" esta terra, porque "no período da romanização assentava no alto, que hoje designamos S. Sebastião do Freixo, o antigo município de Colipo porque dormem aí soterrados ricos vestígios que testemunham a importância e o esplendor desse município. Disso nos fala uma bela escultura dum magistrado ou orador togado, tendo aos pés a caixa dos volumina, e mais 44 inscrições latinas".
Estas inscrições foram doutamente estudadas e catalogadas por Sua Ex.ª Rev.ª o Sr. D. Domingos de Pinho Brandão, então Bispo de Filaca e Auxiliar de Leiria, na sua obra "Epigrafia Romana Coliponense", separata de Conimbriga, Vol. Xl-1972.
Dessas 44 inscrições, sete falam de naturais de Colipo ou revelam pormenores dos quais se conclui a importância administrativa deste município.
(in Alerta, Leiria, do Corpo Nacional de Escutas,
Sé de Leiria)
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